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Delegacia da Mulher de Porto Alegre está reestruturada

A entrada da Delegacia da Mulher está com uma nova rampa para melhor acessibilidade às pessoas. Também foi reestruturado e ampliado o plantão de atendimento que contará com o serviço de uma psicóloga, que é policial, para atender as mulheres, e equipe especializada de delegados de polícia, para lidar em casos de flagrantes e analisar pedidos de medidas cautelares referentes à violência contra a mulher. As inovações foram apresentadas à imprensa pela Chefe de Polícia RS, Delegada Nadine Anflor. A Delegacia da Mulher – DEAM – está localizada na rua Professor Freitas de Castro, nº 701, bairro Azenha, em Porto Alegre – fone (51) 3288 2172.

Foto: Polícia Civil/Divulgação

Onde pedir ajuda:

Brigada Militar

• Telefone – 190
• Horário – 24 horas
• Serviço – Atende emergências envolvendo violência doméstica em todos os municípios. Para as vítimas que já possuem medida protetiva, há a Patrulha Maria da Penha da BM, que fiscaliza o cumprimento. Patrulheiros fazem visitas periódicas à mulher e mantêm contato por telefone. A Patrulha está presente em 46 municípios.

Polícia Civil

• Endereço – Delegacia da Mulher de Porto Alegre (Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia), bairro Azenha. As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há 23 DPs especializadas no Estado.
• Telefone – (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências)
• Horário – 24 horas
• Serviço – Registra ocorrências envolvendo violência contra mulheres, investiga os casos, pode solicitar a prisão do agressor, solicita medida protetiva para a vítima e encaminha para a rede de atendimento (abrigamentos, centros de referência, perícias, Defensoria Pública etc), entre outros serviços.
Defensoria Pública
• Endereço – Unidade Central de Atendimento e Ajuizamento (Rua Sete de Setembro, 666), ou Centro de Referência em

Direitos Humanos (Rua Siqueira Campos, 731), ambos no Centro Histórico.

• Telefone – (51) 3225-0777 ou pelo Disque Acolhimento 0800 644 5556
• Horário – Segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h (nos meses de janeiro e fevereiro, o atendimento nas segundas-feiras é das 12h às 19h e, nas sextas-feiras, das 8h às 15h)
• Serviço – Orientação jurídica, apoio psicológico, ajuizamento de ações necessárias de acordo com o caso (alimentação, divórcio, dissolução de união estável, guarda, entre outros), requerimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e encaminhamento para a rede de proteção.

Ministério Público

• Endereço – Promotoria Especializada de Combate à Violência Doméstica e Familiar – no Instituto de Previdência do Estado (IPE) do RS, na Avenida Borges de Medeiros, 1.945
• Telefone – (51) 3295-9782 ou 3295-9700.
• Horário – 12h às 19h de segunda à quinta-feira e sexta-feira das 8h às 15h. Após o Carnaval, atendimento é das 8h30min ao meio-dia e das 13h30min às 18h
• Serviço – Ouve a vítima, solicita medida protetiva, pode pedir a prisão preventiva do agressor, encaminha a mulher para outros serviços de apoio, denuncia o agressor e atua na acusação durante o processo.
Judiciário
• Endereço – Juizado Especial da Violência Doméstica e Familiar
• Endereço – Rua Márcio Luiz Veras Vidor, 10, Sala 511 ou 512 – Praia de Belas
• Telefone – (51) 3210-6500
• Horário – De segunda-feira à sexta-feira das 9h às 18h
• Serviço – Após receber o registro de ocorrência, a Justiça pode conceder a medida protetiva, pode determinar acompanhamento pela Patrulha Maria da Penha e ordenar a prisão do agressor. Se houver denúncia e se essa for recebida, dá seguimento ao processo criminal. Mantém ainda grupos reflexivos para agressores e de acolhimento para mulheres.

Centro de Referência Vânia Araújo Machado

• Endereço – Travessa Tuyuty, 10 – Loja 4 – Centro Histórico, Porto Alegre – RS
• Horário – De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h
• Telefone – (51) 3252-8800 ou 3286-7375
• Serviço – É uma rede de acolhimento, que conta com atendimento psicológico e social, além de orientação e assistência às mulheres vítimas de violência.

Escuta Lilás

• Telefone – 0800-541-0803
• Horário – De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h.
• Serviço – Oferece orientação jurídica, psicológica e social. Busca acolher, escutar, avaliar cada situação e referenciar a rede de atendimento do município onde a mulher reside.
Disque-Denúncia
• Telefone – 180
• Horário – 24 horas
• Serviço – Auxilia e orienta por meio de ligações gratuitas.

Centro de Referência Márcia Calixto

• Endereço – Rua dos Andradas, 1643, sala 301
• Telefone – (51) 3289-5110
• Horário – De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 12h, e das 13h30min às 18h.
• Serviço – Uma estrutura de desenvolvimento de ações de prevenção e enfrentamento à violência. Possui atendimento interdisciplinar psicológico, social e jurídico para mulheres em situação de violência, assim como encaminhamento aos demais serviços que compõem a rede.

Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Vereadores

• Endereço – Avenida Loureiro da Silva, 255 – Centro Histórico/ 3º andar, Sala 328
• Telefone – (51) 3220-4358 – 3220 4302
• Horário – De segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30min às 18h
• Serviço – Acolhe casos de violência contra a mulher e encaminha aos órgãos responsáveis por dar continuidade às ocorrências. Além disso, tem a responsabilidade de acompanhar os serviços executados pela rede de acolhimento à mulher vítima de violência na cidade e promover políticas públicas para área, promovendo também campanhas de conscientização acerca do tema.

Casa de Referência da Mulher – Mulheres Mirabal

• Endereço – Rua Souza Reis, 132, bairro São João.
• Telefone – (51) 3407-6032 (para doações como roupas, alimentos, até móveis para casa) e para acolhimentos e abrigamento entrar em contato pelo 51 99108-0562 ou pelo e-mail mulheresmirabal@gmail.com
• Serviço – São oferecidos acompanhamento psicológico, serviços jurídicos e abrigo para até 12 mulheres.

ONG Themis

Mantém unidades de Serviço de Informação à Mulher (SIM) em quatro bairros de Porto Alegre:
• Eixo Baltazar
• Endereço – Rua Baltazar de Oliveira Garcia, 2132, sala 657 e 658
• Horário – terça e sexta-feira, das 9h até as 17h
• Lomba do Pinheiro
• Endereço – Estrada João de Oliveira Remião, 4444 (Paróquia Santa Clara)
• Horário – Segunda-feira (quinzenal) das 13h30 até as 17h30
• Restinga
• Endereço – Rua Engenheiro Oscar Oliveira Ramos, 1411
• Horário – Segunda-feira, das 9h até as 17h
• Cruzeiro
• Ainda não tem sede, mas realizada ações itinerantes
Serviço – Realiza a escuta da mulher, de forma sigilosa, e depois é feito encaminhamento para a rede de assistência, seja atendimento jurídico ou de saúde, por exemplo.

Os tipos de de violência

A Lei Maria da Penha não contempla apenas os casos de agressão física. Também estão previstas as situações de violência psicológica, sexual, patrimonial e moral. Conheça alguns tipos de violência:

1. Humilhar, xingar e diminuir a autoestima – humilhação, desvalorização moral ou deboche.
2. Tirar a liberdade de crença – restringir a ação, a decisão ou a crença.
3. Fazer a mulher achar que está ficando louca – distorcer os fatos e omitir situações para deixar a vítima em dúvida sobre sua memória e sanidade.
4. Controlar e oprimir – comportamento obsessivo do homem sobre a mulher, como querer controlar o que ela faz, o que veste, não a deixar sair, isolar da família e amigos, procurar mensagens no celular.
5. Expor a vida íntima – falar sobre a vida do casal para outros ou vazar fotos íntimas nas redes sociais como forma de vingança.
6. Atirar objetos, sacudir e apertar os braços – tentativa de arremessar objetos com a intenção de machucar, sacudir e segurar com força a mulher.
7. Forçar atos sexuais – obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa.
8. Impedir prevenção da gravidez ou obrigar aborto – impedir mulher de usar métodos contraceptivos ou obrigar mulher a abortar.
9. Controlar vida financeira – controlar, guardar ou tirar o dinheiro de uma mulher contra a sua vontade, assim como reter documentos pessoais.
10. Quebrar objetos – causar danos de propósito a objetos dela.

Fonte: cartilha “Em defesa delas” da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos

Como ajudar

• Não culpe a vítima – A mulher já se sente culpada pelas agressões que sofre. Não reforce esse sentimento. Se ela for agredida, não pergunte o que ela fez para que isso acontecesse, nem diga o que ela deve ou não fazer, apenas oriente e ofereça ajuda.
• Dê apoio – Esteja disponível para ir a uma delegacia, hospitais, separar documentos etc. Buscar ajuda sozinha pode ser muito difícil.
• Não abandone a vítima – Mesmo com seu apoio, a mulher pode não querer denunciar. Nesse momento, muitas pessoas entendem que ela, então, aceita as agressões. Isso não é verdade. Não a abandone nem diga que ela merece estar passando por isso.
• Entenda o ciclo – É importante compreender que a vítima está envolvida em um ciclo, que inclui fases de afeto, tensão e agressão. É muito difícil se reconhecer em um relacionamento abusivo e ainda mais ter forças para sair dele. Informe-se para saber como lidar com isso.
• Ofereça informação – Repasse a essa mulher orientações sobre os direitos dela e os locais onde ela pode buscar ajuda na sua cidade. Uma mulher que conhece seus direitos tem mais força para buscá-los.
• Escute – As vítimas reclamam muitas vezes de não serem ouvidas. Ouvir exige atenção e empatia. Lembre-se: as pessoas são diferentes e têm tempos diferentes.
• Busque ajude – Para poder auxiliar uma vítima, também pode ser preciso ajuda. Ver uma amiga ou familiar no ciclo e não conseguir auxiliar pode ser complexo de compreender. Faça parte das redes de atendimento, informe-se e busque apoio para si mesma.

O ciclo da violência

Tensão

O agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes, com acessos de raiva. Ele também humilha a vítima, faz ameaças e destrói objetos. A mulher tenta acalmá-lo e evita condutas que possam “provocá-lo”. Isso causa sentimentos como tristeza, angústia, ansiedade, medo e desilusão. A vítima tende a negar que isso está acontecendo, esconde das outras pessoas e, muitas vezes, acha que fez algo de errado. Essa tensão pode durar dias ou anos.

Agressão

A tensão acumulada se materializa em violência, seja verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial. A mulher se sente paralisada. Ela sofre de tensão psicológica severa (não consegue dormir, perda de peso, cansada, ansiosa) e sente medo, ódio, solidão, pena de si mesma, vergonha, confusão e dor. Ela também pode nesta fase tomar decisões, como buscar ajuda, denunciar, esconder-se na casa de amigos e parentes, pedir a separação e até mesmo tirar a própria vida.

Lua-de-mel

É quando o agressor se mostra arrependido e amável para conseguir a reconciliação. A mulher se sente confusa e pressionada a manter o relacionamento. Ele diz que “vai mudar”. Há um período relativamente calmo no qual a mulher se sente feliz por constatar as mudanças, lembrando dos momentos bons. Como há a demonstração de remorso, ela se sente responsável, o que estreita a relação de dependência entre vítima e agressor. Ela sente medo, fica confusa, se culpa e se ilude. Até que a tensão retorna e, com isso, as agressões.

Fontes: jornal Zero Hora, Instituto Maria da Penha, Polícia Civil, Brigada Militar, Tribunal de Justiça do RS e escritório Gabriela Souza Advocacia para Mulheres.